Clique na foto para aumentar

Universidade tem 11 estudantes que atuam como embaixadores no programa criado pela organização voluntária The Road to Rights

Agricultura familiar que alimenta é o título do projeto da estudante do sexto semestre de Jornalismo e embaixadora no programa University Ambassadors Consortium (UAC) Vitória Fernanda Martins Gomes G17. O programa é realizado pela organização voluntária The Road to Rights e tem como objetivo contribuir para a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

“As pautas que eu levanto e gosto de falar sobre são muito sociais. Então, precisava aliar esse meu lado social com a minha temática que é a fome zero. Pensei, por que não falar de agricultores? Em Mato Grosso do Sul, todo mundo lembra do agronegócio, que ele movimenta a economia, mas quem é aquele pequeno agricultor que ninguém vê? Tentei explorar isso. Não queria fazer apenas um podcast informativo, mas um que desse voz aos pequenos agricultores”, explica Vitória.

Ela explica que em setembro escreveu o projeto, enviou, montou um cronograma e gravou o podcast no fim de outubro. “Fiz tudo: escrevi, fiz o roteiro, gravei e editei. Tive ajuda do técnico do Laboratório de Rádio do curso Valdinei Costa. Consegui colocar no ar essa semana”, conta. A estudante disse que apesar das dificuldades, ficou feliz com o resultado do podcast e espera fazer uma extensão com outros agricultores. “É muito legal vermos um trabalho nosso sendo bem avaliado. As pessoas se identificarem. A família de uma amiga tem sítio e, ao ouvir o podcast, ela me contou que lembrou de seu avô. É isso que quero, quero essa identificação. Sinto-me honrada quando desenvolvo um trabalho que mexe com emoção nas pessoas, despertando sentimentos bons”, avalia.

Vitória é de Corumbá e sempre gostou de fazer trabalhos voluntários. “Esses trabalhos nos ajudam a sair da nossa ‘caixinha’ e dar uma maior atenção ao outro, ouvir e muitas vezes visibilizar determinada realidade. Quando vi a divulgação do G17, achei super legal a iniciativa. Parecia algo que eu ia gostar de fazer. Participei da seletiva e fiquei bem insegura por conta do meu inglês ser básico, mas para minha surpresa consegui passar na seletiva para o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 2) – fome zero”, lembra.

“Tem sido incrível! Além da gente desenvolver nossos projetos, podemos acompanhar os de outros embaixadores. É muito legal a sensação das pessoas abrirem o seu currículo e ter um programa da Organização das Nações Unidas (ONU) nele, é de dar orgulho! Sempre quis que as coisas que produzo chegassem a outras pessoas. Ser canal de difusão e contribuir para a geração do conhecimento sempre foi um objetivo meu. Acredito que com esse programa vou poder atingir mais pessoas e propagar informação. Não é essa a função do jornalista?”, comenta a estudante.

Ouça o podcast clicando aqui.

Sobre o UAC

A seleção para os jovens embaixadores foi realizada no início deste ano. Da UFMS, foram selecionados 11 acadêmicos de vários cursos de graduação. Trata-se de um programa de experiência em liderança de um ano, que capacita os estudantes nos ODS da ONU. A ação é desenvolvida por meio de quatro pilares: capacitação, liderança, advocacia política e ação.

“Os estudantes passam por uma jornada de aprendizado para que mobilizem sua comunidade universitária por meio de algumas tarefas que deverão ser feitas neste período. Dentre elas estão projetos temáticos, discursos individuais, artigos anuais e mobilização nas redes sociais”, explica o diretor de Desenvolvimento Sustentável da UFMS, Leonardo Chaves. Ainda conforme o diretor, essas mobilizações são feitas dentro da UFMS, o que contribui com a conscientização da comunidade acadêmica sobre a Agenda 2030 das Nações Unidas e sobre a importância dos ODS.

A presidente do G17 no Brasil Mariana Nascimento Bezerra conta que este é o primeiro ano do programa no Brasil. Tem sido uma experiência desafiadora porque eu nunca tinha liderado um grupo tão grande, composto, atualmente, por 120 estudantes e recém-formados de vários Estados. Mas, quando vejo a realização de cada projeto, empolgação e aprendizado dos estudantes é gratificante”, fala.

Ela explica que o programa é composto por presidência, executivos, coordenadores universitários e embaixadores. “Os embaixadores são a peça-chave das atividades. Eles que pensam os projetos baseados em seus ODS e a necessidade que veem no seu entorno. A importância de ter jovens universitários nessa posição é que nós temos a força de vontade para gerar mudanças em comunidades e em breve estaremos no mercado de trabalho. Então ter desde já esse encaminhamento para a sustentabilidade torna mais fácil continuar esse caminho quando estivermos em empresas”, diz. “Acredito que para conseguirmos uma realidade sustentável todas as áreas da sociedade, população, governo e empresas tem que estar envolvidas”, finaliza.

Hoje, são 99 embaixadores de oito universidades. Além da UFMS, participam a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, a Universidade do Estado do Pará, Universidade de Fortaleza,  e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Estadual Paulista

A The Road to Rights é uma organização voluntária criada em 2009 no Sri Lanka por Ashan Perera. Liderada por jovens, a instituição já recebeu diversos prêmios internacionais, incluindo o prêmio das Nações Unidas sobre a ação nos ODS. O objetivo é a promoção de apoio e capacitação de jovens, crianças e mulheres por meio de várias formas de atividades como fóruns abertos, conferências, workshops, programas de formação e campanhas de mídia social. A organização adota uma abordagem baseada em Direitos Humanos para a paz e o desenvolvimento sustentável.

Mais informações sobre o programa G17 UAC Brazil podem ser obtidas nos portais do G17 UAC e da The Road to Rights.

Texto: Vanessa Amin

Foto: Ana Carolina Gonçalves

Matéria publicada originalmente no site da UFMS em 04/11/2022